sábado, maio 13, 2006

MAR






















Ruge os teus lamentos,
Mar azul escuro,
Desfaz-te em tormentos,
Na esperança do futuro.

Outras vezes verdes,
São tuas águas amenas,
Por vezes cinza,
A lembrar minhas penas.

Também tuas ondas espumas,
Como se de raiva acometido,
Águas que costumas,
Trazer no sueste prometido.

Lavas mil almas,
Corações quebrados,
Pessoas calmas,
Heróis recordados.

Foste estradas,
Com mil faixas,
Levaste encravadas,
Nos porões mil caixas.

Trouxeste maravilhas,
Coisas novas de espantar,
Levaste a explorar,
Descobrir tantas milhas.

Recordas poetas,
Lusos zarolhos,
Da desgraça profetas,
De franzidos sobrolhos.

Velhos agoirentos,
Recolhidos na velhice,
Desocupados, sem portentos,
Esquecidos da meninice.

Dás a vida,
A quem dá a morte,
Oh sorte,
Desmentida.

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