> Foto da autoria de Augusto Bobone, tirada em 1860, representando alguns dos filhos de D. Maria II, com destaque para os sentados D.Pedro V e D. Antónia, e para o futuro D. Luís I à esquerda da fotografia, in Isabel da Silveira Godinho (coord.), D. Luís I, Duque do Porto e Rei de Portugal - Catálogo, 2.ª ed., Lisboa, Palácio Nacional da Ajuda, 1990.
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O meu amor pela biografia (histórica) de personalidades que de alguma forma se destacaram nas sociedades em que viveram vem do meu último ano de faculdade em Coimbra, quando para terminar a Licenciatura me propus fazer a biografia de D. Luís I, antepenúltimo rei português.
As biografias têm o seu quê daquilo que muitos designam pejorativamente de petite histoire, mas são muito mais do que isso. São atractivas porque entram de facto pela vida privada do biografado, à qual, como seres curiosos que somos, não ficamos indiferentes, mas são obras centrípetas ou centrífugas, porque partem sempre de um aspecto geral até chegarem ao particular, ou do particular até chegarem ao geral.
Centrípetas são aquelas biografias que, partindo da história geral de uma determinada conjuntura desembocam numa personalidade definida, cujos traços psicológicos (e até físicos) e acções são intimamente marcados por essa mesma conjuntura. Centrífugas são aquelas que partem de uma pessoa escolhida e acabam por inevitavelmente cair numa maior complexidade conjuntural que permita compreender o porquê de fulano ou sicrano ter agido desta forma e não de outra forma qualquer.
A meu ver todas as biografias têm um quê de centrífugo e de centrípeto, porque se umas vezes parte do particular em direcção ao contextual, logo a seguir partem do contextual em direcção ao particular.
São, a meu ver, formas muito criativas e equilibradas, emotivas e despenalizadoras, cativantes, de escrever História. Criativas e equilibradas porque, de forma engenhosa, conseguem alternar o peso do inevitável e rigoroso discurso historiográfico (económico, social, político, ideológico) com um discurso em que a leveza é pautada pelos pormenores da vida quotidiana dos “retratados”, muitas vezes em situações de autêntica hilaridade ou quase intimidade (digo quase porque nunca se fez biografia de alguém que não saísse da esfera privada ou do anonimato). Emotivas e despenalizadoras porque entre o biógrafo e o biografado se desenvolve uma relação íntima que culmina com quase uma adulação do primeiro em relação ao segundo, independentemente de este se ter destacado por feitos reprováveis. Cativantes porque acredito que, respondendo à curiosidade que caracteriza qualquer ser humano face à esfera privada dos outros seres humanos, as biografias trazem mais leitores para a História.
As biografias têm o seu quê daquilo que muitos designam pejorativamente de petite histoire, mas são muito mais do que isso. São atractivas porque entram de facto pela vida privada do biografado, à qual, como seres curiosos que somos, não ficamos indiferentes, mas são obras centrípetas ou centrífugas, porque partem sempre de um aspecto geral até chegarem ao particular, ou do particular até chegarem ao geral.
Centrípetas são aquelas biografias que, partindo da história geral de uma determinada conjuntura desembocam numa personalidade definida, cujos traços psicológicos (e até físicos) e acções são intimamente marcados por essa mesma conjuntura. Centrífugas são aquelas que partem de uma pessoa escolhida e acabam por inevitavelmente cair numa maior complexidade conjuntural que permita compreender o porquê de fulano ou sicrano ter agido desta forma e não de outra forma qualquer.
A meu ver todas as biografias têm um quê de centrífugo e de centrípeto, porque se umas vezes parte do particular em direcção ao contextual, logo a seguir partem do contextual em direcção ao particular.
São, a meu ver, formas muito criativas e equilibradas, emotivas e despenalizadoras, cativantes, de escrever História. Criativas e equilibradas porque, de forma engenhosa, conseguem alternar o peso do inevitável e rigoroso discurso historiográfico (económico, social, político, ideológico) com um discurso em que a leveza é pautada pelos pormenores da vida quotidiana dos “retratados”, muitas vezes em situações de autêntica hilaridade ou quase intimidade (digo quase porque nunca se fez biografia de alguém que não saísse da esfera privada ou do anonimato). Emotivas e despenalizadoras porque entre o biógrafo e o biografado se desenvolve uma relação íntima que culmina com quase uma adulação do primeiro em relação ao segundo, independentemente de este se ter destacado por feitos reprováveis. Cativantes porque acredito que, respondendo à curiosidade que caracteriza qualquer ser humano face à esfera privada dos outros seres humanos, as biografias trazem mais leitores para a História.
Este pequeno artigo é o prólogo dos meus próximos artigos, que serão o desdobramento da biografia de D. Luís I, ainda que revista posteriormente, que eu desenvolvi em 1996. Já lá vão precisamente 10 ANOS.
2 comentários:
O que a Virginia Woolf se divertiu a "jogar" com o modo biográfico no Orlando, e precisamente por serem os biógrafos vitorianos fixos nas personalidades, classes sociais e sexo que retratavam. Muito bom, este post! Parabéns!
Boa tarde,
A biografia de D. Luis que escreveu está publicada? se sim em que editora?
Muito Obrigada
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