quarta-feira, março 21, 2007

Correcção ao lapso da Aula de Botânica 2


Afinal os lupinos não são pouco comuns, o mestre disse que nunca tinha visto tantos juntos. Ainda assim, acho que moro num sítio maravilhoso, com verde natural ainda por perto. Até a especulação imobiliária não acabar com ele.
Também aprendi o que era a Aroeira (Pistacia lentiscus) e foi-me dado a cheirar o que erradamente identifiquei como orégãos, tomilho (Thymus vulgaris).
Da próxima vez que me deparar com uma receita culinária cujo um dos ingredientes seja o tomilho, já sei onde ir «comprar».
Viva a Natureza!

terça-feira, março 20, 2007

Aula de Botânica 2

Também aprendi o nome destes, ou muito similares, os Lupinos (Lupinus arboreus), que são da família do tremoceiro, e que não são muito comuns nesta zona. Por isso apetece‑me concluir que vivo num local que a natureza privilegiou. Sou ou não um aluno atento?

Aprender in situ


www.minerva.uevora.pt/publicar/sbento/flora.htm

Daqui a bocado, quando forem 0h6m, tem início a Primavera.
Esta roselha ou Cistus crispus lembra-me um belo passeio, com direito a ensinamentos de botânica, pelo mato onde todos os dias vou passear com os meus cães. Se o passeio foi óptimo, o mestre foi excelente.

quinta-feira, março 08, 2007

Cantochão



http://barenforum.org/blog/images/Serengeti.Plain.jpg

O último livro que terminei, no dia 6, chama-se Cantochão, é da autoria de Kent Haruf, um escritor norte-americano contemporâneo, do Colorado. No original, Plainsong. A escolha do título deixa entrever a paz, a tranquilidade e a simplicidade tocante que ele transmite, e é de facto com muita calma e simplicidade que nos toca a solidariedade entre um grupo de seres humanos que constituem os personagens centrais deste livro.

Ella: uma mulher deprimida que parte para Denver, deixando para trás o marido e os filhos. (não a considero protagonista, mas merece uma palavra ao contrário dos outros secundários).
Tom Guthrie: o marido abandonado, professor de História numa Secundária, a braços com dois filhos de 10 e 11 anos, com problemas disciplinares com um aluno rebelde e indisciplinado que é acicatado incondicionalmente pelos pais, tão «maus» ou «piores» que ele.
Ike e Bobby: os filhos de 11 e 10 anos de Ella, crescidinhos antes do tempo, trabalham para ajudar o pai ou simplesmente para ocuparem as suas vidas, mas como todos os humanos de 11 e 10 anos manifestam comportamentos de criança, sobretudo na forma como olham curiosamente para as questões da sexualidade.
Victoria Roubideux: a adolescente que engravida e se vê expulsa da casa da mãe, sendo acolhida pelos três personagens seguintes.
Maggie Jones: professora, colega e namorada de Tom, vive com o pai doente de Alzheimer. É a âncora, o conforto para todos estes personagens.
Raymond and Harold: irmãos e idosos agricultores, celibatários, de uma pureza emocionante, vivendo na sua quinta isolada à espera que chegue a sua hora. Ao acolherem Victoria recebem um novo estímulo para viver.
Os outros personagens, independentemente da importância que pudessem ter tido na vida destes aqui listados, retratam com os protagonistas uma sociedade onde a mesquinhez e a falta de respeito contribuem ainda mais para unir os que eventualmente sejam, ainda que só aparentemente, mais vulneráveis.

quarta-feira, março 07, 2007

Pavões ou a Arte de Coçar a Micose?


Despedimentos na Função Pública?
Não discordo em locais em que a moralidade laboral e a imparcialidade das avaliações sejam garantidas.
Não discordo, se não houver tachismos na ocupação de cargos e pavoneamentos inúteis de líderes ou de falsos trabalhadores, que brilham à custa dos outros quando passam o tempo a coçar a micose.

Natividade



> mrsbird.net/Vintage%20Baby%20Clothes.htm

Daqui a uns aninhos já brincas num vestidinho destes.

Por enquanto, tão indefesa e pequenina, sê bem-vinda!

domingo, março 04, 2007

Vermelho Transparente



> Helena Laureano e Luís Esparteiro em http://numb.deslizo.net/arquivos/2006/12/vermelho_transp.html

Tal como tinha "prometido" num post anterior voltei a consumir Teatro na cidade que adoptei para viver. Desta vez, novamente muito bem acompanhado, foi a vez de assistir à peça "Vermelho Transparente", em cena no auditório do Centro Cultural de Lagos, no dia 3 de Março.
A Helena Laureano encantou-me com o desempenho de três personagens que podemos conjugar como a tese, a antítese e a síntese de uma mulher que procura encontrar-se a si mesma, e que ao encontrar-se se resume como uma pessoa que acredita que o amor a poderia ter salvo, mas tarde demais para ela, ou melhor, para eles, porque se ela resolve pôr fim à vida, também o psicanalista desempenhado por Luís Esparteiro se vê confrontado com o facto de nem sempre o profissionalismo ser eficiente para ajudar os seus clientes.
Bela peça para abrir o mês dedicado ao Teatro e à Poesia. E volto a dizer, a companhia era muito boa também. Aliás, uma companhia que festejei no post anterior e que me tem feito sorrir e acreditar no amor, tal como a Teodora da peça que aqui anuncio.
Sobre a peça vasculhei em alguns sites, com o mote de poder divulgar o que de bom se faz por este país. Deixo aqui algumas transcrições sobre o assunto:
Vermelho Transparente “traça o rumo de um ser humano, no caso uma mulher, que começa a equacionar a pequena diferença entre o que pensa e o que faz: neste caso, matar o marido, é uma tentação, uma perspectiva, um projecto? Uma realização? Quando, um dia, do alto dum andaime dum décimo oitavo andar ela sente uma vertigem e vai a apoiar-se no braço do marido e ele descobre que ela o poderá empurrar. Quando, um dia, o psicanalista vai ao seu encontro na esquálida cela de um hospital psiquiátrico, ela irá fazer-lhe as contas à vida. Ao saldo da vida. Àquilo que resta da vida, depois de se ter perdido tudo. Então, o que sobra?”.

Escrita por Jorge Guimarães e encenada por Rui Mendes, esta peça esteve em cena, como estreia, no Teatro Nacional D. Maria II, entre 7 de Novembro e 23 de Dezembro de 2006.
No site do TNDMII encontrei a sinopse institucional, que copio para aqui também:

Rui Mendes encena este “thriller” psicológico que conta com as interpretações de Luís Esparteiro e Helena Laureano.
Mercedes, de 38 anos, procura um psicanalista para lhe falar do sonho recorrente que tem com um vestido vermelho. No sonho, vê o marido, António, fazer amor com a irmã gémea, Dora.
É a primeira de uma série de sessões em que a arquitecta vai revelando, gradualmente, os seus traumas: uma infância atormentada pela indiferença do pai, um juiz pouco dado à fidelidade; uma adolescência afligida pelos ciúmes da irmã (a preferida do progenitor); um casamento perturbado pelo fantasma da traição.
Numa das sessões, Mercedes relata um episódio estranho que acaba de lhe acontecer: numa visita a uma torre em que está a trabalhar, António perde o equilíbrio e julga estar a ser alvo de uma tentativa de assassinato por parte da mulher. O psicanalista tenta escalpelizar o momento, mas Mercedes esquiva-se e acabará por não voltar às sessões de terapia.
Quem vem ao consultório é Dora, a gémea, que anuncia o pior: António morreu em circunstâncias misteriosas. Teria sido obra de Mercedes, sua mulher? Teria sido Dora, sua cunhada e amante?
A verdade, porém, está longe de ser simples e no último acto da peça encontraremos Dora internada num hospital psiquiátrico, acusada de um crime que talvez não tenha cometido...