segunda-feira, agosto 13, 2007

Família = Cumplicidade



Quanto mais o tempo passa, mais me apercebo que há pessoas que nunca deixarão de ser especiais para mim. Pessoas que para mim são família, quer porque o são de verdade, pelos laços de sangue, mas também pelos laços de amizade verdadeira, em que a cumplicidade é tal que ainda o outro não falou e nós já estamos a rir-nos porque sabemos o que vai dizer, ou a irritar-nos porque sabemos quais as pedras que traz na mão para nos atirar.
A amizade e o amor são isso mesmo: amargos de boca que de vez em quando vêm à tona; mas que facilmente são afundados por valores muito mais altos: os valores da cumplicidade e dos caminhos da vida percorridos em conjunto (ainda que intermitentemente); crescimentos em que a reciprocidade foi o veículo; interesses comuns ou partilhados que mantêm as pessoas sempre próximas.
E cada vez mais me convenço de uma coisa: quando alguém nos magoa, é porque esse alguém é muito especial para nós! Se não fosse não nos magoaria, simplesmente nos faria dizer coisas muito sentidas da boca para fora e depois ficaria aquela sensação fabulosa de alívio.
Colegas que nos magoam? Não existem. Camaradas de copos que nos magoam? Não existem.
Existe sim uma eterna necessidade de fazermos barulho para ocultar algumas frustrações ou impotências que não deixamos que façam muito barulho por elas próprias. Todos temos os nossos fantasmas, e por não sabermos lidar com eles frontalmente, inventamos fantasmas naqueles que pouco ou nada nos dizem.
Este post é para todos aqueles que preenchem verdadeiramente o meu coração. Eu e eles somos família (de corpo e/ou alma).

5 comentários:

Anónimo disse...

Comoveste-me...

Muso disse...

Arion: é a verdade. é talvez das poucas certezas que tenho.

Anónimo disse...

Eu sei. Por isso mesmo...

Comodoro disse...

OBRIGADO.
Este post tocou-me especialmente.

Muso disse...

comodoro: abraço.