sexta-feira, janeiro 26, 2007

Uma questão de atitude...



http://genealogia.netopia.pt/livraria/livro.php?id=518

Parecia viver para esse projecto, omnipresente no seu ânimo, sem o qual a sua vida já não poderia fazer sentido. Cabe falar aqui de um desmedido sentido de grandeza que o caracterizou, e que tanta atracção suscitou e continua a provocar em muitos portugueses: todo o tipo de grande paixão, amor incluído, e mais ainda se é extremo e desmesurado, provoca fascínio e atracção irresistível. Para os grandes seres humanos, nada há de mais desprezível do que o anódino. Preferem a escravidão e dependência que geram os instintos mais primários à miséria de uma conduta insignificante. A própria vida é paixão e exagero, e quando é canalizada por uma ordem repressora e impositiva, ou simplesmente por caminhos apertados, perde força, beleza, e reprime ou destrói grande parte da riqueza que habita em todo o ser humano. Uma ordem estabelecida que seja aniquiladora da pessoa é, ao mesmo tempo, desordem. Por isso, muito provavelmente, D. Sebastião, que se situa fora dos parâmetros do «normal», que possui uma descontrolada e desconcertante alma gigante, continua a ser uma personalidade atraente.

(BAÑOS-GARCÍA, António Villacorta, D. Sebastião Rei de Portugal, A Esfera dos Livros, Lisboa, 2006, pp. 219-220.)
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Muitos notabilizaram-se pelos feitos cometidos. Muitos outros pelas aspirações que tiveram, pela sua perseverança, ainda que por ela tenham sido conduzidos ao fracasso, mas mesmo assim à imortalidade.

quarta-feira, janeiro 24, 2007

Homem-rato



http://www.one2one-development.com/fitzydaredevils/page.asp?idno=298

Embora seja um texto que de literário tem muito pouco, também nem só de qualidade o ser humano se rodeia, e como nos últimos dias tenho pensado sobre este assunto, aqui deixo um texto que encontrei algures na World Web Wide, adaptado do Português do Brasil para o nosso Português.

O rato, como toda a gente sabe, é um roedor asqueroso. Além de transmitir doenças, ele causa verdadeiro nojo às pessoas.Mas existe outra espécie de rato que pode causar muito mais pânico: o homem-rato. Ele não tem dentões, não é peludo, mas é asqueroso. E o pior: muitas vezes tu não percebes que aquele menino tão bonitinho é na verdade um ratão, uma verdadeira ratazana do esgoto.Para não correres o risco de contrair leptospirose ou ficar com o coração partido por causa de um ratão, vou ajudar-te a identificar a espécie mais comum. O homo sapiens ratus. É por isso um verdadeiro serviço de utilidade pública. Características do homo sapiens ratus:
- Ele tem medo de qualquer tipo de compromisso. Por isso, não liga no dia seguinte, pois acha que isso significaria que vocês são quase namorados.
- Muitas vezes ele omite algumas informações sobre a sua vida. Por exemplo: ele tem namorada ou namorado. Ou acabou de voltar para o/a ex, com quem ele (disse que) tinha terminado na semana passada.- Ele diz que te adora, que és uma pessoa superior. Só que ele não conta que tem mais algumas pessoas superiores na vida dele. Incluindo algumas pessoas que tu conheces e que vivem perto de ti, ou com quem te relacionas muito bem.
- Vocês podem fornicar, mas ele não vai dormir na tua casa. Ele só consegue dormir na toca.
- Ele acha que o seu comportamento canalha é completamente normal. Porque ele é um rato de corpo e alma. Então se tu te sentires triste e afectado/a, ele vai achar que és stressado/a, ou louco/a. Para ele, nada do que fez é errado.
- Depois de algum tempo, vais descobrir que ele sempre foi rato, desde que se entende como gente. E aí vais fazer a seguinte pergunta: como é eu não percebi que ele era um ratão? * Eu já me meti com vários ratões. Agora aprendi como reconhecê-los e comprei várias ratoeiras. Mas nem sempre funciona...

Qualquer semelhança com a vida real é pura coincidência!
Concluo com esta pequena reflexão: infelizmente, cada vez há mais homo sapiens ratus e menos homo sapiens honestus.

sábado, janeiro 20, 2007

Scoop




www.apple.com/trailers/focus_features/scoop/

Mais uma comédia romântica, com mistério e peripécias "Woodyallianas" à mistura, onde o sarcasmo do realizador-actor recai, desta vez, sobre a brittish way of life / being.
Recomenda-se!

sábado, janeiro 13, 2007

Desencontros...


Palavras de amor e paixão,
“Quero-te até ao fim”,
Ditas com precipitação,
Ferem-me a mim.

Que acredito nelas,
E minhas as faço,
Quanto com carícias,
Me davas um abraço.

Me beijavas e apertavas,
Gritando que me amavas,
Sorrindo com olhar brilhante,
Calmo e desconcertante.

Mais desconcertante ainda,
Foste quando de repente,
Veio à berlinda,
A vida de antigamente.

À qual regressaste,
Dizendo que ainda me querias,
Porque achaste,
Que o namoro não é a dias.

O que se passou realmente,
É que na vida que tens,
Tudo é diferente,
Isento de carícias, mas pleno de bens.

De fôlegos financeiros,
De aparente felicidade,
De amarras de estabilidade,
Que atraem interesseiros.

Por isso de vez em quando,
Procuras o carinho, melhor sorte,
No afecto, desejando,
Aquilo a que depressa dás a morte.

Quando depois de saciado,
Até uma próxima conquista,
Vais novamente embargado,
Pela tua vida egoísta.

E eis que destes erros,
São sempre reincidentes,
Quando nos nossos desterros,
Nos encontramos carentes.

E mantendo a crença,
Em que as coisas um dia mudem,
Sentimos nova presença,
De pessoas que nos iludem.

Em sedução de encantos juvenis,
De roço discreto na confusão,
Sobre encostos de perfis,
Um sorriso e apalpão.

Um beijo roubado no rosto,
Com o hálito do mosto,
No embalar da melodia,
Novo encosto que explodia.

Adolescência renascida,
Porém efemeramente,
Numa plácida batida,
Dum ritmo indolente.

No arfar sigiloso,
De beijos escondidos,
Em cubículo duvidoso,
Onde trancados envolvidos,
Nos ríamos como crianças.

Trocando promessas,
De encontro,
Para novas loucuras,
Onde um e outro,
Trocaríamos ternuras.

De beijos, carícias ternas,
Abraços atropelados,
Sorrisos e óculos pendentes,
Em dois rostos afogueados.

Tudo se esvai novamente,
Quando dizes que amas,
Não o que tens pela frente,
Mas aquele que enganas.

É assim que me afundo,
Até a descrença passar,
No meu pequeno mundo,
Para um fôlego tomar.

E de novo em diante seguir,
Sorrindo por ter aquilo,
Que me faz não desistir:
Amor, Saúde, Trabalho,
Família, Amigos!