quinta-feira, julho 13, 2006

Marégrafos


> Foto de Pedro Calheiros, retirada do site www.trekearth.com

Águas revoltas,
Marégrafos atentos,
Niveladas, envoltas,
Em tantos tormentos,
Subindo, descendo,
Pela terra que gravita,
Ao sol e à lua,
Meu ser que medita,
Minha pele nua.

Roçando n’areia,
Vendo silhuetas,
Corpos de sereia,
São estatuetas.
Cheias de ilusão,
Perdidas em buscas,
E em tentação,
Que tu me ofuscas.

Sorriso gentil,
Palavras meigas,
Calor febril,
Enchendo taleigas,
De suor ácido,
Tesão pueril,
Num corpo já flácido,
Já não juvenil.

Dos jovens amantes,
Que mergulham,
Corpos flutuantes,
Se atulham,
De beijos molhados,
Em risos rasgados,
De fortes abraços,
Que borbulham.

Águas oscilantes,
Que marégrafos medem,
Agora como antes,
Em que amores sucedem.
E vós oceanos,
Em brumas envoltos,
Lavam desenganos,
E castigos soltos.

1 comentário:

Anónimo disse...

A juventude é temporária e extremamente castigadora para os que começam a envelhecer. Depois dela, só o amor, o respeito, a serenidade, a partilha...