domingo, julho 08, 2007


> Já agora este! O Rei em vez do Redentor! Please!

As 7 Maravilhas Nacionais e Mundiais:

Acerca do espectáculo de eleição das 7 maravilhas de Portugal (prólogo às Maravilhas do Mundo):

- A Marisa Cruz foi uma tristeza na qualidade de apresentadora. Quando os representantes das maravilhas eleitas pelos portugueses subiram ao palco para receber o galardão, a pergunta da apresentadora “O que tem para nos dizer?” soou-me como a antítese do que se estava a celebrar – maravilhas!

As maravilhas portuguesas também não estiveram mal:

- verdadeiramente bem escolhidas, no meu ponto de vista, foram Alcobaça, Guimarães e Batalha, pela sua carga histórica na afirmação da nacionalidade, no caso das segunda e terceira e pela sobriedade, monumentalidade e equilíbrio no caso da primeira.

Óbidos tem uma Marvão rival não menos encantadora, mas menos dinâmica e mais afastada dos roteiros turísticos.

A Torre de Belém e Jerónimos como representantes do período em que Portugal se afirmou como o fundador da aldeia global também foram uma escolha feliz.

O Palácio da Pena, sem dúvida interessante, não tem, todavia, a força dos restantes, e de Português tem talvez só o facto de se localizar na belíssima vila portuguesa de Sintra. Para além disso, faz também parte dos roteiros turísticos mais dinâmicos do país.

Acerca do espectáculo de eleição das 7 novas maravilhas do mundo:

- Foi importante e pode ter sido um importante cartão de visita para o nosso país. As imagens editadas sobre muitas das maravilhas do nosso país mostraram uma mestria no que toca a selecção e acho que foi oportuno mostrarmo-nos ao mundo, na qualidade de anfitriões do espectáculo em que se anunciam as novas maravilhas!

- A presença em palco dos representantes das maravilhas finalistas e a suposta entrega de prémios a todas elas miserável.

- A J Lo é uma cantora péssima, para não falar dos seus dotes como actriz.
- O Cristiano Ronaldo ser elevado ao título de maravilha de Portugal ao lado das sete eleitas é uma ofensa às que o não foram.

- Os compassos de espera foram um desastre.

- As criancinhas que acompanharam a Chaka Khan mais valia terem ficado a festejar o aniversário em casa, com os amiguinhos, pois amadorismos e gracinhas em ocasiões destas não.

- Os gritos “Viva Portugal” no final do espectáculo deram o mote ao provincianismo que ainda domina neste país. Embora anfitriões, o que se festejava no estádio da Luz era o Mundo, não o nosso país.

- O ponto alto da noite foi mesmo o dueto Dulce Pontes e José Carreras. Adorei o registo lírico da Dulce.

Quanto às maravilhas:

- Muralhas da China: aprovadíssima a escolha.

- Petra, idem aspas.

- Taj Mahal, ibidem.

- Machu Pichu, sim senhor.

- Coliseu de Roma, trocava-o pela Acrópole.

- Chichén Itzá, trocava-a pelas pirâmides de Gisé.

- Cristo Redentor: Please! Já agora o Cristo Rei de Almada.

Quanto à iniciativa do Suíço Weber, não esteve mal, e parece que vêm aí as 7 maravilhas da natureza. Como forma de preservar divulgando, pode ser um bom princípio, embora também possa ter o efeito contrário.

Quanto à recriação da ideia de Heródoto, é efectivamente impossível esquecer as maravilhas do mundo antigo, porque se tratava do espírito de uma época em que a Grécia Clássica era a fasquia de avaliação das outras civilizações.

Quanto a mim, toda a opinião suscitada por uma abertura mundial à eleição das maravilhas tem prós, mas também contras, porque muitas das eleições incorrem em bairrismos típicos de quem não vê mais longe ou de quem confunde o espaço em que as mesmas se inserem com elas próprias.

Quando se elege uma maravilha, deve-se ter em conta, não só o aspecto físico, a mestria dos seus projectistas e a sua permanência no tempo, mas também o seu aspecto simbólico.

Se falarmos no simbólico incorre-se no perigo de, elegendo algumas delas, como o Coliseu de Roma, festejarmos a morte de muitos seres vivos.

Acima de tudo há que encarar isto como um jogo, jamais como uma efectiva vinculação da categoria de maravilha a simplesmente 7 monumentos ou conjuntos monumentais.

7 comentários:

Anónimo disse...

A minha escolha afectiva:
- Alhambra
- Acrópole de Atenas
- A Muralha da China
- Machu Picchu
- Taj Mahal
- Pirâmides de Gisé
- A Ópera de Sidney

Três em sete, podia ser pior.

Comodoro disse...

LOL, concordo e subscrevo inteiramente tudo o que escreveste.
É incrível mas parece que estivemos em sintonia durante todo o programa e tríste espetaculo que ontem ocorreu.
Só podia ser na TVI.

Anónimo disse...

O que vale é que as nossas impressões não andam assim tão desviadas... Muito bem!

Hydrargirum disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Hydrargirum disse...

Eu tb metia a Akropoli na lista a socapa!

Quem sabe se daqui a um milenio (Desde que ainda haja planeta), o Cristo Redentor, nao sera um proximo Colosso de Rhodes?

Mas e como tudo e tu dizes...e um jogo!!

Muso disse...

Anónimo: a ópera de Sidney dispenso. o resto concordo!

Comodoro: um pequeno desastre, de facto!

Arion: isto de vez em quando enferruja e a preguiça... a preguiça...

Hydrargirum: se for um Colosso de Rodes, fujo. ;)

Anónimo disse...

Escolhi a Ópera de Sidney como um símbolo da arquitectura contemporânea que, quanto a mim, merecia estar representada entre as maravilhas do mundo. Embora preferisse uma das obras de Alvar Aalto.
Se adicionasse a estas sete Angkor e Timbuktu a lista seria mais justa. Além disso, sempre achei o nove um número muito mais interessante que o sete.